sábado, 26 de janeiro de 2013

AS FÉRIAS DE VERÃO


Geralmente é nos dois últimos meses do ano e nos dois primeiros que a maioria das pessoas tira férias, os mais estressados saem já em novembro e depois voltam para aguentar o repuxo em seus ofícios, enquanto outra turma sai em dezembro, e assim sucessivamente em janeiro e fevereiro. Creio que nesses dois últimos meses seja o ponto mais alto das férias, concorrendo com o dezembro.

Bem, mas o que fazem essa gente de férias?

No meu tempo de guri, íamos para fora, para a estância do tio, do avô, do pai do amigo, porque lá se tinha tudo que precisávamos num habitat que a gurizada adorava, aventura, novidade, mistérios, campo, mata, rio, bicharada, tranquilidade para os adultos, sombra e água fresca.

Esse negócio de hoje ir para praias do mar era coisa de muito poucos, coisa pra rico, pra metido, pra play boy! Um pelo duro que se presa, não troca ás águas doces do rio, por um lagoão salgado, nem que a vaca tussa. Eu mesmo fui conhecer o tal de Oceano Atlântico com 21 anos, levei um cagaço, nunca tinha visto um açude tão grande.

Mas lá fora não tinha rotina – dessas que vemos ai no litoral: onde o sujeito entra em férias e sai de casa numa sexta com a estrada cheia de loco, que deviam andar a oitenta por hora e se vão como uma flecha furando fila, dando buzinaço, puteando uns os outros.

Dentro do carro, filhos se tapeando, copando com o gato, caturra e o cachorro, sogra e muié dando palpite na estrada, quando chega lá, já com os cornos azedo, tem que tira aquele monte de troços que ninguém sabe como entro no carro e levar para o terceiro andar de um prédio sem elevador ou que está quebrado.

Dai durante um mês o dia corre igual, (num cenário de muito sol ou muita chuva, sem dispensar aqueles ricos dias de nordestão), de noite tomou todas para esquecer a viagem, noutro dia dorme até fede, levanta ás 10 horas, toma café, faz um mate, quase meio dia quando já devia estar cozinhando como todo normal, pega as cadeiras, isopor e toldo, e vai para orla vê o jornal e as bundas, pra lá e pra cá. Logo toma umas caipiras, grita com o guri que tá pedindo pra morre afogado, com uma bosta duma prancha que ganho de aniversário dum tio. Pra relaxa, mete umas cervejas até ás três da tarde, quando reculuta a turma e volta para almoçar, com o couro do lombo que é um tambor, bem esticado, ardendo de vermelho.

Bueno, depois do banho de graxa que meteu no coro ardido, come como um boi, bota todo mundo pra sestear, levanta de noitinha e rebate o fígado com mais ceva ou destilado com gelo, até a hora da janta. Meia noite come, sai para dar uma borboleteada, toma mais umas, é madruga volta e dorme. Dai é outro dia, 10 da manhã levanta com aquela ressaca e o filme da rotina passa de novo, até o dia de voltar para casa, meter no carro tudo que trouxe e mais as bugigangas que a mulher e a sogra compraram. Assim, pegam a estrada domingo de noite com meio Rio Grande junto, pois segunda tem trabalho, chega em casa meia noite, podre de cansado e se foram as férias.

Enquanto lá fora, um dia é para cada coisa, se obedecendo à natureza, ás horas para repousar, levantar, comer e ir ao rio dar uns biquinhos, nunca antes das 16 horas ou depois das 10, como minha mãe dizia – “O sol desse horário é altamente prejudicial para a saúde!”

Então não consigo entender as agentes (que passam a vida comendo ao meio dia, dormido antes da meia noite, bebendo só em final de semana) fazerem o que fazem na praia, ofendendo gravemente seu organismo que com toda a razão reclama, essa cara enlouqueceu e que me matar.  

Para pensar: A natureza não se contraria, e sempre que isso acontece o estrago é tão grande que não vale a pena.  

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Fonte! Coluna Regionalsimo, de Dorotéo Fagundes de Abreu, do dia 21/01/2013.


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