terça-feira, 17 de julho de 2012

Cadeia da erva-mate quer crescer

Levantamento liderado pelo Sindimate tem o objetivo de inspirar políticas públicas para incremento da produção no Estado
Sindimate pleiteia ao Piratini um fundo estadual para o setor
Crédito: KATIA MARCON / DIVULGAÇÃO / CP
Com expectativa de crescimento do consumo de erva-mate no Rio Grande do Sul de 10% nos próximos três anos, a cadeia produtiva tenta se organizar para suprir, pelo menos, a demanda estadual. O Sindicato da Indústria do Mate no Estado do Rio Grande do Sul (Sindimate) planeja, junto aos cinco polos ervateiros, pesquisa para levantamento de área, produção, variedades e investimentos no setor. A cadeia produtiva espera concluir o levantamento até agosto. Os dados serão tabulados por um grupo técnico formado por Emater, Univates e Sindimate. O objetivo é embasar políticas que ampliem o investimento em incremento de produtividade e expansão de área plantada, principais desafios do setor, que hoje ocupa cerca de 30 mil hectares. Os gaúchos consomem cerca de 60% da produção nacional, de 93 mil toneladas. A safra estadual gira em torno de 49 mil t. O restante é trazido, principalmente, do Paraná, o maior produtor nacional. 

Gaúchos consomem 60% da produção nacional de
erva-mate, de 49 mil t
Crédito: ROGÉRIO FERNANDES /
DIVULGAÇÃO / CP
Para auxiliar no aumento da produção, o Sindimate pleiteia ao Piratini um fundo estadual para erva-mate, semelhantes ao Fundovits. Conforme o presidente do sindicato, Alfeu Strapassom, o estatuto já foi constituído e deve ser repassado até agosto para a aprovação do governador Tarso Genro. "Esperamos que até o final do ano o governador aprove", diz o dirigente.

Vice-presidente do polo ervateiro dos Vales, Fernando Heissler afirma a necessidade de pesquisa junto aos produtores. O polo deve começar o levantamento nesta semana. "A Emater diz que temos 5 mil ha plantados de erva-mate na nossa região, mas acho que não condiz com a realidade. Devemos ter, no máximo, 3 mil ha. Temos que acertar para que o setor tenha políticas adequadas", comenta.

Conforme levantamento do Sidimate, a produtividade média no Estado é de seis t/ha. A Emater é mais otimista e divulga média de 8,5 t/ha. "Temos cidades em que a produtividade chega a 15 t por hectare. Em alguns polos, temos produtores desistindo de plantar em função do rendimento baixo, como no de Planalto e Missões. No polo Nordeste, temos a situação contrária", expõe o engenheiro agrônomo da Emater, Ilvandro Melo. Ele acrescenta que, há dez anos, o RS tinha 38 mil ha plantados. A cultura perdeu espaço para a soja, mas a esperança de recuperar área pelo menos semelhante à da década passada persiste. "Importar erva do Paraná está ficando cada vez mais caro."

Fonte! Chasque publicado no jornal Correio do Povo de Porto Alegre, na edição do dia 15 de julho de 2012.

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